quinta-feira, 30 de junho de 2011

sábado, 25 de junho de 2011

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Ódio não é forçosamente sinónimo de desamor. O único sinónimo que conheço para o desamor é a indiferença.


E com esta me vou.

Sou dotada de certa perícia no que diz respeito ao acumular.
Acumulo muita tralha em casa, porque custa desfazer-me de coisas que, eventualmente, poderão vir a fazer-me falta. Ou porque, nunca vindo a fazer-me falta, têm algum significado.

Também acumulo pessoas por tempo determinado.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Regra de três simples. Ou serão dois?

Ou coiso ou tumba!

Não coiso, tumba.

Licencinha ou como também consigo entrar em 'tou-me cagando p´ra essa merda mood.

Vou só ali limpar umas merdas e depois volto. É certo, e cada vez mais acredito nisso, se as pessoas (se) cagassem menos não havia tanta merda neste mundo.

Merde. Conversa de merda, eu sei.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Lembro-me de ser tão pequena que a tua cabeça mal me cabia no colo, não conseguia abarcar-te a cara toda com as mãos, afinal, era tão difícil, limpar-te os olhos raiados de sombras vermelhas, embalar-te com os joelhos trémulos, enquanto te murmurava que tínhamos que sair dali, que essa era a única porta que poderíamos abrir, repetia-te isso baixinho, tirava uma ou outra melena negra que insistia em cobrir-te o rosto húmido e cansado, repetia vezes sem conta, como uma canção gasta pelo tempo, como quem reza uma oração qualquer, sabe-se lá a quem ou para quem, como um grito que morre na garganta, ainda antes de sair pela boca.
Eu sei que agora me falta o jeito, perdoa isso, para servir de consolo à tua dor, para te lamber as feridas que se tornaram minhas e tão minhas.  Deve ter sido o facto de todas as tuas dores me terem doído tanto e por tanto tempo, no coração, na carne, nas veias e no sangue que também correu por ti, que me tornou neste enorme vazio.
Pergunto-me se terei perdido naturalmente essa capacidade ou se foi o tempo, os ventos e tempestades, que me abriram sulcos aqui dentro, sim, deves conseguir vê-los bem com as pontas dos dedos, arrancando todas as raízes que me prendiam de certa forma e de forma incerta a ti.
Agora, perdoa.
Já não posso chorar-te. 



terça-feira, 21 de junho de 2011

Apenas e assim.

Às vezes acreditava, enquanto observava de olhos semicerrados o magnífico irromper do dia pela noite, que os teus braços eram como asas em redor do meu corpo dorido e cansado. 
Até que te foste, não sei bem, terei (s)ido eu?, no momento em que a Primavera morreu nas árvores dos parques. Ou em que me morreu no peito.

Num mundo perfeito.

A existir, não farias parte dele.

A eleita.

Ora, pois é claro que não sou exigente de uma forma insuportável.
Até sobrevivo a Invernos rigorosos sem cachecol. Até aceito que não me ame loucamente.  Até consigo fingir que me esqueci de certa carta que me foi prometida e nunca me chegou aos olhos.

Só não compreendo porque não posso ser eu parte do seu mundo. Ou o mundo todo.


A vida como ela é.

Diz que, para ter o suficiente, poucas coisas lhe bastam. Livros, música, informação, vinho e cerveja, boa comida, tabaco.
Em momento algum fui mencionada.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

I remember when i lost my mind.






Perdi as melhores fotografias. As que não cheguei a tirar.
Perdi as linhas que não escrevi. 
Perdi-me do tempo. Aquele que era meu. O que cedi.


Nunca disse que as coisas iriam ser de outra forma.



terça-feira, 14 de junho de 2011

O taxista que me trouxe desde o aeroporto até ao sítio onde me encontro neste preciso momento, repetiu três vezes que eu não era portuguesa, mesmo depois de lhe ter dito a minha nacionalidade. O que se passou deve ter tido a ver com as minhas possíveis raízes nórdicas. Pode ter sido o meu tom de pele desmaiado que lhe gerou confusão. Não tenho olhos azuis, não tenho um metro e oitenta. Tampouco tenho o cabelo loiro. Pensando bem, de nórdica tenho muito pouco. Fico-me pela pele. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sempre (e) só.



Não minto ... quando te digo que alguns afirmam que sou louca. Quando não o
dizem, pensam-no. Acreditam de tal forma nisso que, tantas vezes, lhes
ouço os pensamentos como ecos na minha cabeça. São eles que são
loucos. Acredita. São eles. São eles que não entendem a tristeza que
pode existir nas noites que comem os dias. São eles, que não conseguem
silenciar-se e ouvir a graciosidade com que um floco de neve cai no
chão, nos telhados, nas árvores. São loucos, eles. Quando a paisagem
se pinta da queda de pontos brancos, digo-te, parece que consigo
ouvi-los. Fico assim muitas vezes. Em silêncio, a ouvi-los cair
através do vidro da janela. Às vezes morrem-me, gelados, nas mãos.
Como uma onda que se desfaz na areia. Mas eu não sou louca. São eles.

Ele há fodas que eu não entendo.

Pois que, ao que parece, o Sócrates está a ponderar a hipótese de se ausentar do país fodido para ir estudar filosofia para Paris. Eu creio que tinha muito mais piada que ele fosse espalhar a sua própria filosofia: 'bora lá foder este país todo, perder as eleições, demitir-me e bazar p´ra Paris estudar filosofia.

Um dia, um dia...

Tinha aqui um texto preparado para vocês. Depois, dei por mim a pensar que ninguém ia ler mais que duas linhas e desisti.
O meu blogue vai continuar, mais ou menos, a mesma merda de sempre. Assim, nunca desiludo.

Mademoiselle.



Hoje, sou toda ouvidos.

Quarenta e oito horas.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Isto é um espaço de partilha, queridinhos, ou como vocês não estão atentos e ainda não perceberam isso mesmo.

Nem sempre fui uma gaja parva.
Antes ainda de saber ler, queria ser professora.

O pão nosso de cada dia.

Ela e Narciso tinham muito em comum.
Ela amava-o e ele amava-se.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vejo muito bem, obrigada.


O que existe.





E que não existe.

Mas esta merda é um desfile de moda ou quê?

A estagiária lá percebeu que respeitinho é muito bonito e eu gosto porque, depois de lhe ter feito uma pequena sugestão, não voltou a falar comigo com a mão na cintura.

Ele há coisas que me fodem o sistema nervoso.

Ele anda sempre com cara de todos me devem e ninguém me paga, a mulher dele anda sempre de trombas.  Não preciso de pormenores íntimos da dita trancada, bastava que começassem a foder mais um com o outro e me fodessem menos a cabeça.


Obrigadinha.



terça-feira, 7 de junho de 2011

Esperem lá, esperem lá qu'é só mais uma coisa antes de me ir embora, ou como eu não falo só de mim, queridinhos, que gosto tanto de todos vós, sempre e cada vez mais.

Caríssimos: 

Após várias e extenuantes horas em trabalho de parto, tenho a comunicar-vos, com a mão direita sobre o peito e um profundo pesar a toldar-me o, já si,  atormentado e entristecido espírito, que o computador do Rui Pedro pariu. É um menino, nasceu rosadinho e bem de saúde, tendo aberto as goelas para o mundo no corrente dia ---- de Junho, do ano de dois mil e onze, pelas ----- horas e ---------- minutos. Sua graça? Vírus.

Puta que o pariu.

Dança dos Dias fica * nervosa quando se sente ameaçada.







*Ligeiramente...


Por hoje, é tudo.

domingo, 5 de junho de 2011

Dança dos Dias, a incompreendida, ou como eu tenho um trauma de infância.


Estas pérolas, escritas pela minha professora na escola primária, são a prova de que eu, Dança dos Dias, sempre fui injustiçada.








Se quiserem ler melhor, é só clicar nas fotografias.



Era para escrever qualquer coisa em relação aos resultados das eleições, porém, não me apeteceu.
Se quiserem ler sobre isso, saiam deste blogue e entrem noutro. Fechem a porta ao sair, fofinhos.

Previsões do caralhinho.

Parti um espelho.
Isso quer dizer que a minha vida deve continuar fodida durante mais sete anos. Mais coisa, menos coisa.

Fasciculação muscular.

Na mercearia, enquanto me entregava o troco, devolveu-me o piscar de olho.
Se esta merda não passa rapidamente, ainda me meto em apuros.

sábado, 4 de junho de 2011

Mais ou menos assim ou como sou muito boa a fazer constatações e limpar pó.

Durante a semana, as pessoas normais andam pela blogosfera e pelo facebook, isto, enquanto vão fazendo umas pausas para trabalhar um bocado.
Ao fim-de-semana, cagam para a internet e divertem-se!

Só uma perguntinha.

Hoje, a Dança dos Dias vai fantasiar-se de dona de casa.


Então e vocês, meus lindos? 

Um dia, escrevo-vos uma história.

Ele já escreveu com o pensamento na Maria, na Sandra, na Joana ou na Laura. De uma forma ou de outra, todas serviram de inspiração ao seu talento.
Eu fico-me pela transpiração. Quando calha.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Dança dos Dias ensina aos seus pupilos o verdadeiro valor da democracia na infância.

Sempre fui pela democracia. Este fascínio vem desde a minha infância longínqua.
Se não acreditam, atentai no que vos direi em seguida. Como qualquer pequena, também eu tinha as minhas amiguinhas de brincadeira. Aquela com quem mais brincava chamava-se Cátia, com um cê, sim, que, nesse tempo, não havia Cátias com kapas, mas, vamos lá ver se não perco o fio à meada, a Cátia, com cê, como estava eu dizendo, minha vizinha, costumava ir lá a casa muitas vezes, durante a semana ia à tarde, aos sábados ia logo pela manhã. Nesse tempo, como agora, a Dança dos Dias era tanto pela democracia que, quando chegava o momento de escolher ao que iriam brincar, escrevia numa folha, com caligrafia bonita, que ela sempre primou por isso, duas ou três hipóteses de brincadeiras que lhe agradassem, precedidas de um quadradinho, tendo a amiguinha da Dança, apenas e somente, que colocar uma cruz naquela que preferisse. Assim sim, uma pequena que sabia usar a democracia em seu proveito.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ai, a minha vida é tão triste e tudo e tudo e tudo ou como eu sou uma desgraçadinha.

Ora vamos lá esclarecer uma coisa (pronto, duas ou três, a ver vamos):

Então, crio eu um blogue, escrevo para vocês, suo, transpiro para conseguir escrever tão eloquentes textos, revelo-vos toda a minha sabedoria, tiro fotografias, mostro o meu avesso, trato-vos bem, ofereço-vos café acabado de fazer e cerveja gelada, dou-vos sopas e caldinhos e miminhos e mais não sei o quê, e vocês, sim, vocês, nem um comentário de agradecimento, nem uma visitinha? Nada, nadinha, nicles, niente, rien, puto?
Queridos, isto era suposto ser um blogue decente com umas mil visitas por dia, no mínimo!, as caixas de comentários a abarrotar de palavras elogiosas à minha pessoa e o pessoal todo a atropelar-se só para ver quem comentava primeiro no novo post, é que nem precisava de ser uma coisa muito inteligente, bastava um estou aqui!, enfim, isto sim, teria tornado este espaço na puta da loucura, porque, meus amores, no final de contas e vendo bem as coisas, eu só queria mesmo umas massagens ao ego.

Agora estou triste. Estou muito triste e desiludida.
(Imaginem-me, agora, soltando um longo suspiro de pesar.)

Não há stress!

A minha semana é a única que nunca me desilude, nunca me deixa ficar mal.
Quando começa uma grande merda é assim que se mantém. Isto, quando não se torna numa  merda das grandes.

Toda eu sou poesia, foda-se.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dança dos Dias, queridinha, que fazes neste momento?, ou, como a ideia de um post deste género foi claramente surripiada a um blogue alheio, ou, como eu sou uma ladra sem vergonha nem arrependimento.


Olívia, minha querida, a minha chávena em grande plano.
Toma lá morangos!

Agora muito a sério...

É uma verdade, as crianças sempre foram cruéis entre si. Na turma, sempre existiu o gordo, a caixa de óculos, o porta-chaves e todas as alcunhas mais ou menos depreciativas que a imaginação deles conseguisse alcançar.  Da minha parte, como era franzina e pequena, coube-me ser, uma ou outra vez,  a mascote ou o porta-chaves, coisa que nem me aborrecia sobremaneira.  Esporadicamente, aquando de algum desentendimento mais grave, lá surgia uma ou outra cena de pancadaria, mas nada que exigisse grandes cuidados ou merecesse particular atenção da parte dos pais e/ou professores. Isto porquê? Porque, há uns anos atrás, havia regras. Havia disciplina. Havia, acima de tudo, respeito. As crianças, apesar de todas as birras próprias da idade, sabiam que havia um limite. Sabiam que para cada acção haveria uma consequência.
Não é isso que se tem passado nos anos que correm.  Por mais que custe admitir, a culpa é dos próprios pais. Acalentam birras, não sabem que dizer "Não." é muito mais importante que dizer "Sim." e cedem às chantagens emocionais dos pequenos. Porque eles sabem perfeitamente como chantagear. Sabem que fazendo uma cena de guinchos e choro em que há tanta baba e ranho que mais parece que o mundo vai acabar,  há probabilidade de haver uma cedência por parte dos pais. E basta ceder uma vez para que cenas deste tipo se tornem recorrentes. Não é invulgar ver miúdos a chorar e espernear no chão de um hipermercado, porque querem este ou aquele brinquedo, Quero, quero, queeeeero!, e cabe aos pais, enquanto educadores, ter discernimento e bom-senso. Uns cedem. Outros não.
Estes pequenos "birras", os que nunca ouvem um "Não.", porque para os pais é mais fácil ceder do que aguentar cenas de guinchos, transformam-se em monstrinhos. Sâo estes que, numa fase um pouco mais avançada, agridem e desrespeitam colegas e professores.
Dar uma palmadinha num "birra"? Quê? Então e depois o piqueno, tadinho, ia crescer traumatizado para o resto da vidinha? Ai não, não pode ser!
Alguns pais têm a mania que são bué amigos dos filhos. Esquecem-se duma merda essencial: os pais devem ser amigos dos filhos, sim senhor, mas, antes disso, são pais. O seu dever é educá-los e formá-los. Impôr regras. Estabelecer limites. Dizer "Não." quando preciso for.  Ensinar-lhes o que é o respeito pelo próximo. Ensinar-lhes que a sua liberdade acaba onde a liberdade do outro começa.
Ainda não sou mãe. Não sei se, vindo a sê-lo, exercerei bem o meu papel. Uma coisa sei, se não for uma boa mãe, não será por estes motivos.