quarta-feira, 31 de agosto de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Grandes mudanças.

Ou permaneço no conforto da segurança que conquistei ou dou um salto no escuro, sem pára-quedas.

domingo, 28 de agosto de 2011

Porque

a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos, é preferível vivê-la.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Morde aqui a ver se eu deixo.

A única alternativa à minha relutância em tomar medicação é deitar, adormecer, acordar, trabalhar oito horas, vir para casa, tomar banho e voltar a deitar, adormecer e acordar com uma tremenda cefaleia.

Não me parece que a indústria farmacêutica enriqueça à minha custa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vida de gaja.

Uma gaja já não pode ser apenas uma gaja que gosta de vernizes e maquilhagem, roupas e sapatos, carteiras e chapéus. Uma gaja já não pode dar-se ao luxo de perder horas a verificar se o maldito bronzeado não deixou manchas; se o cabelo não tem pontas duplas ou se o liso não deu lugar a frisado e o frisado a liso; se o verniz não estalou; se o eyeliner não saiu, o rímel não borrou as trombas ou se o baton não migrou para os dentes; se a pele continua sedosa ou se o desodorizante não deixou manchas quando se vestiu a roupa. 
É uma chatice que, para além destas e outras coisas que tanto tempo roubam à vida de uma gaja, ainda tenha que se ser inteligente e de humor requintado.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Só para variar.

Seria bom que ela se preocupasse mais comigo do que com o que os outros possam pensar de mim.

Agora, sim.



Agora, que dou por mim a ter delírios que me fazem ouvir coisas que me parecem reais sem o serem, posso assumir a minha doença. Tragam-me o colete de forças. Abracem-me em redor de mim mesma, braços  cruzados sobre o peito como quem pede consolo, que esta merda, meus queridos, assusta mesmo. Podia jurar que ouvi. Juro que ouvi. Partida sádica do meu cérebro, passa a vida a meter-me em apuros, o cabrão. Um dia ainda te fodes, eu sei.
Agora posso assumir que a única coisa que quero é tudo, que se lixem as tretas de não criar expectativas, parecer pouco exigente, nada pedir, nada esperar, aceitar apenas, de sorriso agradecido, o que vem só porque vem. Que o que eu quero é beber  tudo até à última gota.
Tenho amigos. Tenho poucos amigos. Não sei se tenho amigos. Não devo ter amigos, que nem ela acreditava que isso fosse possível. Pensas mesmo que gostam de ti, que são teus amigos, pensas?, perguntava. E abanava a cabeça negativamente em jeito de quem sentia desgosto pela minha credulidade.
Serei para sempre ave ferida na asa. Serei para sempre animal selvagem. Isolar-me-ei muitas vezes. Atacarei tantas vezes quantas a minha natureza não permita controlar. Andarei de orelhas caídas e rabo entre as pernas algumas vezes. Cederei em igual número. Afastarei um, depois outro, até ao último. Encontrarei nestas questões quase matemáticas algum equilíbrio. Ou não.
Que se foda o colete de forças.
Um dia alguém encontra cura para esta merda. Pode ser que ainda esteja viva.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Após vários anos de treino intensivo, finalmente.

Vou ser a protagonista de uma nova série. Dança dos Dias, a caçadora de morcegos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Voltou a entrar-me um Batman em casa. Pequeno, peludo e, todo ele, de uma falta de beleza e graciosidade desconcertantes. Ele guinchava e eu guinchei. Corri para o quarto. Volvidas doze horas, acordei-o do sono profundo e convidei-o, munida de uma vassoura, a sair.
Aguardo ansiosamente a chegada do Super-Homem.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Posso acusá-lo de assédio, posso?

O meu patrãozinho (imaginar aqui um meio-sorriso acompanhado de tom sarcástico) gosta tanto de mim que me fez um convite subtil para sair, enquanto olhava fixamente para o chão.

- Se não estás contente, vai, a porta está aberta.






Eu gosto, adoro, gosto mesmo que me deixem assim, à vontadinha.


Também tive, sempre, grandes dificuldades em lidar com  a autoridade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Rescaldo.

O casamento correu bem.
As crianças divertiram-se. Tiveram direito a parque de diversões e, pelo meio, um rapaz e uma rapariga vestidos de palhaços. O convite também se estendeu a outros palhaços. Esses apareceram com roupa adequada à cerimónia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ora então, merda.

Abro eu o dicionário para esclarecer uma dúvida e, eis se não quando, a primeira palavra que leio no canto superior direito do mesmo é o verbo defecar. Parece que as coisas, mais cedo ou mais tarde, se tornam numa valente merda e o que eu devia mesmo era cagar para tudo de uma vez por todas. 



Ou então, isto é tudo fruto da minha falta de competência a nível de relações humanas. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Woman in red.







O vermelho vai ser tão a minha cor.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Querido Deus:

é pecado se o meu vestido causar mais alvoroço que o vestido da noiva?

Se rezar uma avé-maria e um pai-nosso estou perdoada?



Eternamente tua, 
Dança dos Dias.

Juro.

Se fizerem aquela cena ridícula de ver quem apanha o bouquet, escondo-me debaixo da mesa.
A maioria das minhas amigas casaram, ou casaram e já têm filhos, ou estão prestes a casar, ou vivem com o namorado.
Só este Verão, sai mais um casamento, um baptizado e a notícia de um piqueno/a a caminho.

Depois perguntam:

Então e tu?

Alguém sabe dizer-me a partir de que idade uma gaja começa a ser considerada uma encalhada? Hum?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.

É.

No fim, tudo se resume a um ponto final.

O meu carro sempre se queixou do excesso de peso dele; eu sabia que parte dos seus amuos se deviam ao facto de não lhe contar coisas da minha vida que preferia guardar para mim; ele queixava-se de tudo e mais não sei quê, suspirava, eu ria e revirava os olhos, és tão dramático, pá, não sei como é que ainda não te suicidaste, e fazia-lhe ver que, por a mais b, não tinha grandes razões de queixa; ele chamava-me insensível e eu fingia-me extremamente ofendida.

Passadas quase três décadas, mandou-me uma mensagem na qual escreveu que seria melhor afastar-se de mim.

Foda-se. Éramos tão amigos, eu e ele.

Devo ser a pior filha do mundo.

Continuo sem aceitar o pedido de amizade da minha mãe.
Telefonou para saber estou viva. Talvez seja uma boa altura para clicar no yes.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Deixemo-nos de merdas:

estar com os copos é uma boa desculpa para chorar.
Pedir colo.
Escrever mais que o normal nesta merda de blogue.

Só não vejo as linhas. Oh, puta que pariu.
Acordo com a televisão ligada e sem som.
Desço as escadas descalça e a custo, agarrada ao corrimão de madeira.
Por breves instantes, passa-me pela cabeça a ideia de que devo ter acordado de um coma profundo, que alguém se deve ter lembrado de organizar uma festa na minha própria casa sem sequer me ter convidado.
A sala é um campo de batalha abandonado.
No chão, algumas folhas de papel embrulhadas, outras, intactas, com gatafunhos praticamente ilegíveis. Maços de cigarros vazios. Apetece-me fumar. Por fim, encontro um com cigarros. Acendo um, e sento-me no pouco espaço que encontro livre no sofá, por entre almofadas, cartas de contas por pagar, um dicionário, uma caixa de Nestum de chocolate, uns jeans, uma camisa e dois ou três isqueiros sem gás.
Olho para o caos que me rodeia. Puta que pariu nesta merda, mas que raio se passou aqui?
Um livro aberto com algumas frases sublinhadas a lápis, dois ou três cedês no chão. Um copo vazio, outro meio, duas garrafas de vinho, duas chávenas sem café. Dois cinzeiros, um em cima da mesa onde apoiei os pés, outro no chão, a abarrotar de beatas.
Foda-se. 
Acabo o cigarro. Volto para a cama.
Pode ser que no fim de algumas horas de sono, me apeteça.

Tricolor.

Ele diz que as coisas nem sempre são assim tão lineares, que tenho uma visão excessivamente romântica das coisas. Não existe só preto e branco.
Ah, também, na imensa paleta de cores, existe um cinzento.

É deste que tenho um medo do caralho. Certo dia, num fim de tarde ameno de Julho, apresentou-se-me numa esplanada, sentou-se à mesa e, por entre cervejas e martini's, disse, sarcástico, o cabrão, aqui me tens, sou a indefinição, a dúvida, o ponto de interrogação que há-de foder-te a cabeça. Desde esse momento, prefiro fingir que não lhe conheço a tonalidade.

Eu expilico: lavar roupa suja, só se for a dois.

Depois de a pequena estar deitada, com os olhos enormes quase rendidos ao sono e os caracóis espalhados na almofada branca, surgiu o desentendimento. Na base da quezília, a incapacidade dele em colocar o cortinado na exacta posição que ela desejava. Entre um burro, um estúpido, um ignorante, um não sabes fazer nada de jeito e um foda-se bem pronunciado, ele manteve a serenidade, atirou-lhe um é melhor fazeres tu e foi-se embora. 
Mais do que envergonhada por ter assistido a tal cena doméstica, senti-me assustada. É muito fácil perder-se o respeito pelo outro. Preocupa-me a falta de bom senso para se saber onde está a linha que separa aquilo que é aceitável daquilo que é, por si só, um limite ao qual não se deve chegar. O respeito só se perde uma vez. É possível que funcione tal como a confiança. Uma vez perdidos, é muito difícil recuperá-los. 

Constatações de segunda-feira.

Não obstante o  misto de estupefacção e tristeza que me assolou quando, por volta dos meus treze anos, me olhei ao espelho e tomei consciência que talvez o meu nariz não tivesse o tamanho ideal, sempre me senti bem comigo mesma. O nariz continua o mesmo, eu continuo mais ou menos a mesma, mas, ao invés de pensar no que os outros esperam de mim, penso no que posso esperar e querer dos outros.