quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um dia dedico-me a estudar números.

As pessoas não deixam de ser o melhor investimento para a vida. Resta almejar sabedoria para saber distinguir um bom investimento de um mau investimento.

sábado, 22 de outubro de 2011

Diário.

Acordei cedo, como era habitual. Ainda antes de abrir os olhos, revi mentalmente as cenas de tudo o que se havia passado e, à medida que o tempo avançava, tudo se me assemelhava cada vez mais irreal. Impossível. Pensei se não estaria efectivamente a enlouquecer. Parecia estar a reviver um filme apenas projectado na minha cabeça, um filme que, tendo tanto de triste como de horrendo, se me afigurava uma invenção da minha mente esgotada.
Levantei-me a custo. Lavei a cara e os dentes. Vesti-me em movimentos rápidos enquanto fumava um cigarro e saí de casa apressadamente. Na calçada, semeada com candeeiros, tentei encontrar alguma lucidez. Alguma racionalidade que não me assistiu. Não vi vivalma para além de dois gatos vadios que fugiram quando me avistaram. 
Cheguei ao trabalho. Bom-dia. Dei uma vista de olhos rápido no serviço que me esperava e meti mãos ao serviço. Ao longo de oito infindáveis horas, fugiram-me os pensamentos para o mesmo acontecimento que me perseguia há dias. Rejeitei qualquer tipo de diálogo com quem quer que fosse, não fosse alguém distrair-me dos meus pensamentos que me surgiam em imagens e se repetiam vezes e vezes sem conta. Era como uma tortura. Uma auto-flagelação. A cada imagem, a dor aumentava. Se por segundos acreditava que só passaria se deixasse de pensar,  por longos minutos obrigava-me a tentar lembrar-me de tudo ao pormenor, na ânsia de uma explicação que nunca chegou.
Regressei a casa o mais rápido que pude. Queria ficar sozinha com a minha mente atormentada. Não comi nem tampouco tomei banho. Afundada no sofá velho e coçado, fumei cigarros sem parar. Ainda as imagens. As mesmas imagens. Olhei no espelho o reflexo dos restos de mim. De cabeça latejante e peito apertado, pálida e com olheiras, arrastei-me para a cama mas não deixei vencer-me pelo sono. De olhos pregados no tecto ou nas paredes, a minha labuta mental teria que continuar enquanto a perplexidade se abatia de forma inevitável e violenta sobre mim. 
Devo ter adormecido cerca de duas horas antes de de o despertador tocar. Ainda antes de abrir os olhos, revi mentalmente as cenas de tudo o que se havia passado. Levantei-me a custo. Pensei que possivelmente enlouqueci. 
A única coisa que restou foi a nitidez dos corpos. A música. Algumas frases. 
Gritos e choros.
Desesepero. O meu. 
E uma dor que não sei contar.
Nesse dia não choveu.

14 de Outubro de 2011.

Sinto muito se sinto muito.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

É, VOLTEI EM GRANDE.

Já dizia a minha avó, tão ladrão é o que rouba a fruta como aquele que fica a vigiar a entrada do pomar, que é como quem diz, quando um não quer, dois não dançam. I.e., e para que não restem quaisquer dúvidas nessas cabecinhas lindas, quando determinado sujeito (chamemos-lhe sujeito activo) assume certo comportamento que é aceite por outro sujeito (neste caso, sujeito passivo), ambos têm participação na acção.

Ah, e ainda continuam a ser precisos dois para dançar o tango. 

As coisas que eu sei, as coisas que eu sei...