sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sempre (e) só.



Não minto ... quando te digo que alguns afirmam que sou louca. Quando não o
dizem, pensam-no. Acreditam de tal forma nisso que, tantas vezes, lhes
ouço os pensamentos como ecos na minha cabeça. São eles que são
loucos. Acredita. São eles. São eles que não entendem a tristeza que
pode existir nas noites que comem os dias. São eles, que não conseguem
silenciar-se e ouvir a graciosidade com que um floco de neve cai no
chão, nos telhados, nas árvores. São loucos, eles. Quando a paisagem
se pinta da queda de pontos brancos, digo-te, parece que consigo
ouvi-los. Fico assim muitas vezes. Em silêncio, a ouvi-los cair
através do vidro da janela. Às vezes morrem-me, gelados, nas mãos.
Como uma onda que se desfaz na areia. Mas eu não sou louca. São eles.

4 comentários:

Anónimo disse...

São eles.
:)

Anónimo disse...

tens tratamento?

Anónimo disse...

Quando a paisagem se pinta de branco

Hoje não estás louca não, pareces que estás a descrever algo parecido ao que senti numa noite de Fevereiro passado em Munique, quando olhava através da grande janela do hotel para as arvores pintadas de branco nas ruas desertas.
Lá fora -12º e o silencio, lá dentro o vazio, +24º, cópia do “ Beijo” de Klimt numa das paredes, fumo e o som da 5 sinfonia de G.Mahler.
Serei eu louco?


Gafanhoto

Narizinho Lunático disse...

Adorei! E sim, são eles os loucos. Aqueles que viram costas à sensibilidade, à agia, ao amor... Bjs