sábado, 19 de fevereiro de 2011

Na esplanada do parque.

Dois miúdos loiros correm, parando apenas no momento em que se dirigem à mesa onde a mãe os espera com um pacote de Ruffles onduladas; um gajo de casaco de fato-de-treino azul e rastas no cabelo anda de bicicleta mostrando dotes de quase artista circence; duas miúdas sentadas na mesa à frente da minha enrolam, cada uma, o seu cigarro enquanto bebem coca-cola; um casal aproxima-se com um Basset-Hound, não resisto, levanto-me, caminho para eles e, da forma que consigo fazer-me entender, pergunto se posso afagar o cão, ao que eles me respondem que sim, no meio de um sorriso; regresso à minha mesa, acendo mais um cigarro, bebo mais martini; do meu lado direito, umas duas mesas mais à frente, três mulheres e um homem na casa dos cinquenta bebem cerveja, parecem divertidos, provavelmente são amigos de longa data; sinto o cheiro a marijuana, olho de soslaio para trás e vejo um casal, ele bebe uma cerveja, ela bebe aquilo que deve ser parecido com um galão, ao mesmo tempo que o fumo da marijuana que está a fumar se vai desfazendo contra as copas das árvores. Acabo o martini, apago o cigarro e penso que as merdas nem sempre correm da forma que mais desejávamos. A esplanada do parque fica para trás enquanto me afasto.

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